A mente humana é um amplo castelo de acontecimentos e mistérios que podem sugar a atenção e a concentração de forma profunda. Da mesma maneira como pode se tornar difícil o foco em coisas úteis, o excesso de foco em algo que absorva toda a atenção também pode resultar em danos para a saúde física e mental, levando a um nível de estresse amplificado para desencadear danos psicossomáticos, ou seja, doenças por causas emocionais.
Diante de inúmeras informações produzidas pela mídia negativa, as tensões aumentam, as expectativas se confundem entre fugir ou se paralisar diante dos abismos sugeridos para as nossas mentes, caracterizando-se em momentos de dúvidas, medos e até desesperanças.
E, com tudo isso, ainda temos que ser responsáveis pelo ambiente que criamos com a ajuda dos influenciadores do caos, que acabam empurrando a sociedade ladeira abaixo com a justificativa de salvação.
A análise reflexiva acima também não é nada positiva, entretanto talvez possa soar verdadeira para você, caso a ansiedade seja algo com quem você se obriga a conviver e compartilhar seus dias, suas decisões, seu sono ou o que sobrar dele.
Conviver com a ansiedade pode nos levar a ter uma visão ofuscada para enxergar oportunidades e ter melhor clareza para as tomadas de decisões. Sem contar nas sensações que podem ser dolorosas, confusas e desgastantes, arruinando nossas relações, assim como a disposição e a alegria de viver.
Ter ansiedade em situações críticas e em eventos emocionais fortes, podemos entender que até é natural. Portanto, a ansiedade tratada nesta reflexão se refere a pessoas que se sentem ansiosas com ou sem motivo aparente, de maneira constante e que se sentem desconfortáveis com os sintomas gerados pela ansiedade.
De qualquer maneira, o que vamos tratar agora é que a ansiedade pode ser enfrentada e vencida, como se enfrenta qualquer inimigo que surja para nos ameaçar e ou prejudicar.
No enfrentamento da ansiedade há muitos experimentos com resultados significativos alcançados com a meditação. Estudos revelam que uma pessoa em estado de meditação consome seis vezes menos oxigênio do que quando está dormindo, causando um efeito relaxante para o cérebro.
A longo prazo, pessoas que meditam diariamente têm uma diminuição nas produções de cortisol e adrenalina, que são hormônios associados a distúrbios como ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade e que levam ao estresse.
Os meditadores experimentam aumento na produção de endorfinas, ligadas à sensação de bem-estar e felicidade. E o tempo de meditação para se alcançar os benefícios variam da dedicação do meditador e o ambiente criado para se alcançar o melhor estado de tranquilidade. Entretanto, alguns dos efeitos, como relaxamento e sensação de leveza podem ser alcançados em poucos minutos de prática.
Para muitas pessoas a meditação acaba sendo um grande desafio, por encontrarem algumas dificuldades comuns para praticá-la, como pouco ou falta de tempo, indisposição física para certas posturas ou mesmo por achar que não conseguem ficar focadas por mais de alguns poucos minutos em algo que precise de concentração.
Por si só, qualquer tipo de meditação é um santo remédio para muitos problemas e, em especial, auxiliar na melhora da habilidade de concentração e atenção, diminui as tendências para sofrer doenças cardiovasculares e também é muito eficaz no auxílio para redução da dor e o aumento da resistência em tratamentos profundos, como o da quimioterapia, por exemplo.
Outro importante fator é a potencialização da percepção e consciência sobre si, com um autoconhecimento que proporciona maior qualidade no nível de inteligência emocional, influenciando em comportamentos como maior tolerância, flexibilidade nas relações e capacidade de resiliência.
Para o mundo do ocidental, a meditação tradicional pode não ser uma tarefa tão simples, embora seja, porém não é da sua cultura meditar, ou seja, parar para olhar para dentro de si. Essa é uma cultura oriental, com muita influência na Índia e na China, que se estende por todo oriente.
O ocidental tem uma visão externa sobre o mundo, onde o tempo deve ser aproveitado para produzir, enquanto que para o oriental o produtivo é experienciar o mundo interno, pois é daí que vem as forças para as ações efetivas no mundo externo.
Nesse sentido, e para tornar a prática da meditação mais simplificada e plenamente possível, dissolvendo mitos e paradigmas ocidentais sobre a arte de se dar um tempo para si, como experiência de elevação espiritual, ainda incrementada com o desenvolvimento da saúde física e mental, a meditação combinada com movimentos corporais é uma forma saudável, prazerosa e simplificada para a promoção da saúde integral.
Ao combinar os elementos da meditação em movimento, que associa mente, corpo e espiritualidade, a pessoa experiencia inúmeros benefícios que podem ser alcançados em um espaço de tempo muito menor que o tradicionalmente esperado com a meditação sem movimento.
Sendo que na prática ativa, há uma atenção necessária na associação sincronizada entre o movimento do corpo, a respiração, a postura, o foco e a intenção, contribuindo para uma prática que requer presença plena no momento. E essa prática meditativa em movimento exige um ser autêntico em si, com seu corpo, pensamentos, o ar, suas sensações e a entrega para o aqui e agora vivenciado em cada instante nos exercícios.
Uma excelente maneira de alcançar a melhor performance meditativa, com simplicidade e para aceleração nos resultados para a saúde em toda sua integralidade é a meditação com exercícios de Chi Kung. “Chi” significa energia ou respiração. “Kung” significa destreza na prática ou disciplina. Segundo Mantak Chia, no livro “O Tao da Sabedoria Emocional”, Chi Kung significa cultivar a energia vital: refiná-la, aumentá-la e direcioná-la, elevando sua vibração (2009).
Com os exercícios de Chi Kung, por exemplo, meditar se torna uma prática que envolve foco, concentração e inspiração, que faz bem ao corpo e à mente com alongamentos leves e eficazes, reforço e relaxamento muscular sem impacto, melhora na respiração, proporciona maior consciência corporal e na percepção das sensações adquiridas pelos cinco sentidos (gustativo, paladar, tato, visão e audição).
Com essas habilidades alcançadas na prática de meditação em movimento com exercícios que sincronizam o corpo, a respiração e a mente a pessoa passa a ter uma melhor compreensão dos seus limites, suas percepções mentais e corporais, podendo interceder para as mudanças compreendidas como necessárias, além de poder desfrutar de uma melhor qualidade de vida.
Aviso importante: todas as práticas sugeridas neste post são complementares e não substituem o atendimento médico ou psicológico.